
antes o olor das avencas
e o perfume obsceno entre tuas coxas bonitas
mordo teus lábios carnudos embebidos de vinho,
e atordoado pelos beijos,
zonzo, chupo tua língua, teus tênues olhos em vão
cheios de lágrimas-azeites.
tarde triste prá porra. começa a
chover agora quando fico atordoado,
quando criança gostava de escalpelar
iguanas do mar (sutileza assustadora)
quando criança andava de bicicleta
pela rua das capilárias
e coisas admiráveis acontecem
quando passo por um estorvo de mar:
aí eu pressagio o pernicioso
sonho que rasga tua boca:
durante todo o inverno passeávamos
pelas ruas vadias provocando tormentas
no aroma concebido das avencas...
.
.
.
falarei da ferocidade dos desejos violentos das últimas horas, desmaiadas que traziam fragâncias estranjas do mar da pituba, lembranças de teus olhos despovoados verdes mentiras de teus lábios embebidos de sutil encanto. não há nuvens no céu apenas a lua pálida cheia de silêncios, mastiga a lua pessoas insanas uivando para nada, pois desperdiçei flores demais em seus lábios de mentiras. a música de nick cave tocando no micro system o quarto com cortina de lagartos rasgam o tempo das irascíveis cobiças. a chuva brandamente voltava e fico estonteado de chuva que range na vidraça vermelha amor à primeira tempestade incide sobre minha pele queimada de sol respinga desprezo pela comoção destes amores subterrâneos.
Nelson Magalhães Filho
3 comentários:
O velho cachorro uivou furioso na noite de ventania.O que é isso bacana? Tive que sair da sala, dar umas voltas para retomar o fôlego.Isto sim é poesia.
onde estar esta pintura?
A pintura tá em casa.
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