Eu e meu amigo Devarnier Hembadoom grafitamos o banheiro masculino da escola de belas artes
Realizar trabalhos de arte a base das experiências existenciais, como transpor as imensidões dolorosas das noites urinadas. Fingir figuras concebidas do desejo e da amargura. Instigações obscurecidas pela lua. Não acredito na pintura agradável. Há algum tempo meu trabalho é como um lugar em que não se pode viver. Uma pintura inóspita e ao mesmo tempo infectada de frinchas para deixar passar as forças e os ratos. Cada vez mais ermo, vou minando a mesma terra carregada de rastros e indícios ásperos dentro de mim, para que as imagens sejam vislumbradas não apenas como um invólucro remoto de tristezas, mas também como excrementos de nosso tempo. Voltar a ser criança ou para um hospital psiquiátrico, tanto faz se meu estômago dói. Ainda não matem os porcos. A pintura precisa estar escarpada no ponto mais afastado desse curral sinistro.
Nelson Magalhães Filho
Nelson Magalhães Filho
domingo, 21 de dezembro de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
4 comentários:
Buenas, uma grafitagem dessa eu queria no banheiro e no meu quarto, talvez daí conseguisse dormir sossegado, difuder, abraço.
Maravilhaaaaa!
Beijos.
Convido a visitar www.kronospoesis.blogspot.com
Bom fim-de-semana.
Arrasou!
Postar um comentário